quinta-feira, 12 de agosto de 2010
De que você precisa para ser feliz?
"I have lived through much, and now I think I have found what is needed for happiness. A quiet secluded life in the country, with the possibility of being useful to people to whom it is easy to do good, and who are not accustomed to have it done to them. And work which one hopes may be of some use. Then rest, nature, books, music, love for one's neighbor. Such is my idea of happiness. And then, on top of all that, you for a mate, and children perhaps. What more can the heart of a man desire?" (Tolstói)
Into the wild é um filme capaz de transformar pessoas.
A fotografia, roteiro, atuação, trilha sonora (perfeita!), direção (genial!), absolutamente TUDO é impecável.
Aliás, cada uma dessas categorias merece um post único.
Baseado no livro homônimo de Jon Krakauer ele conta a história verídica de Christopher McCandless.
Conta a história não...ele recria primorosa e poéticamente a saga do jovem que abriu mão de uma vida confortável (e previsível) para buscar na natureza, durante sua viagem rumo ao Alaska, o verdadeiro sentido da vida.
Desse modo, descrever o filme o transformaria em um clichê, o que definitivamente não o é.
Então atenho-me a dizer que essa obra de arte, repleta de paisagens estonteantes embaladas por músicas incríveis, envolveu-me de tal maneira que deixou de ser um filme e tornou-se um sentimento.
Ontem vivi uma situação que retrata bem isso.
Passei por maus bocados no trabalho e estava arrasada.
Logo depois encontrei uma amiga e conversamos a noite toda.
Comemos, bebemos, nos divertimos e no final da noite as experiências ruins tinham ficado tão pequenas que nem parecia que eu tinha passado por aquilo.
Penso que a felicidade é isso, ter amizades verdadeiras e poder contar com o amor destas pessoas nos momentos difíceis.
Curiosamente essa mesma amiga tem um momento muito especial de sua vida relacionado ao filme.
O então namorado dela usou uma frase de Supertramp para pedi-la em casamento.
"Happiness only real when shared."
Fico comovida quando imagino essa cena, digna da sensibilidade e história dos dois.
Sem dúvida uma das mais românticas declarações de amor =)
Esse post é dedicado a vocês, meus queridos.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Balões e delicadeza.
Muito mais que uma animação, Up é uma história comovente.
Que me levou às lágrimas e às gargalhadas com seu roteiro terno e divertido.
A sensibilidade e delicadeza com que a realidade da velhice foi tratada chegam a ser poética.
Meu coração se encheu de saudade dos meus avós, que moram no Rio, e fui tomada por uma emoção que transformou minha percepção sobre seus sentimentos e sua história.
Pude compreendê-los.
Eles são casados há 62 anos e moram na mesma casa há mais de 50.
Porém essa casa fica em um bairro isolado, e a filha que mora mais perto demora uns 20 minutos de carro para chegar lá.
Após alguns problemas de saúde de meu avô e do aumento da violência no bairro a família começou a procurar soluções para que ele e vovó pudessem ficar mais perto e assim ter mais assistência e segurança.
No entanto os dois não querem se mudar.
Foi ali que criaram os filhos e netos, ali está um pedacinho de cada um de nós.
A melhor sensação do mundo é chegar lá e encontrar tudo do jeitinho que sempre foi.
É como um portal para a minha infância e todos os momentos inesquecíveis que vivi ali.
A casa é toda branca com as janelas e portas azuis e fica de frente para uma rua longa.
Lá de longe dá para enxergá-la, como um castelo mágico de um conto de fadas.
É uma casa simples, mas cuidada com muito amor.
Cheia de paninhos de crochê e colchas de fuxico feitos pela minha avó, que também cultiva uma horta, plantas, flores e alimenta as rolinhas com canjiquinha todos os dias.
E de engenhocas fabricadas com muito durepox e cabo de vassoura pelo meu avô.
Cada parede tem uma história de um neto ou filho que cresceu correndo e brincando por ali. E isso faz com que eles se sintam próximos de nós.
É indescritível a admiração e amor que tenho por meus avós.
São, além de um casal lindo, exemplo de luta, dedicação, amor, respeito e união.
Hoje entendo que mais do que um lar aquela casa é verdadeiramente a vida deles.
Pensar em seu bem estar é não questionar sua decisão de continuar a viver lá.
Quem dera eu pudesse pendurá-la nos balões do Sr. Fredricksen e trazê-los para bem pertinho de mim!
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